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Hábitos alimentares na melhor idade

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Por: Sirleide Paiva 

Em homenagem ao dia nacional do idoso comemorado na data de ontem, 01 de outubro, vamos ver o que é importante nesta idade no que se refere a alimentação em prol da saúde nesta fase da vida.

O envelhecimento é um processo complexo e multifatorial. A variabilidade de cada pessoa (genética e ambiental) acaba impedindo o estabelecimento de parâmetros. Por isso, o uso somente do tempo (idade cronológica) como medida esconde um amplo conjunto de variáveis. A idade em si não determina o envelhecimento, ela é apenas um dos elementos presentes no processo de desenvolvimento, servindo como uma referência da passagem do tempo. A etapa da vida caracterizada como melhor idade, com suas peculiaridades, só pode ser compreendida a partir da relação que se estabelece entre os diferentes aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais. Essa interação institui-se de acordo com as condições da cultura na qual o indivíduo está inserido.

O Brasil está apresentando um perfil demográfico mais envelhecido, com uma transição epidemiológica que é responsável pelo surgimento de novas demandas de saúde, em que as doenças crônico-degenerativas são destaque. Essas doenças são chamadas de Doenças Não Transmissíveis (Doenças cardiovasculares, câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica, doenças musculoesqueléticas, doenças mentais, cegueira, hipertensão, derrame e diabetes).

O processo de envelhecimento traz como desafios: a carga tripla de doenças, o maior risco de deficiência (visão e audição), a provisão de cuidado para populações em processo de envelhecimento, a feminização, a busca pela ética e a superação das iniquidades, a sustentabilidade econômica da população em processo de envelhecimento, a criação de um novo paradigma e a superação das situações de vulnerabilidade.

Os Hábitos Alimentares inadequados, inclusive na fase idosa onde se tem maior risco, contribuem no desenvolvimento de doenças como obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, câncer, Mal de Parkinson entre outras, deficiências nutricionais.

Mas é bom lembrar que essas mudanças vão depender bastante do estilo de vida que o idoso adotou até agora (e também da tendência genética que ele herdou dos pais). Se ele manteve hábitos saudáveis, com certeza vai ser mais fácil envelhecer com qualidade de vida.

A terceira idade geralmente chega trazendo algumas mudanças para o corpo:
– Menos apetite (paladar menos apurado, menos salivação e às vezes, menos mastigação por causa da queda de dentes);
– Digestão lenta e acúmulo de gases (flatulência);
– Ritmo mais lento para as mesmas atividades do dia-a-dia, o que pode significar menor gasto de energia e maior acúmulo de gorduras no corpo.

Além disso, os seguintes fatores também são afetados com a idade: fatores psicossociais: mudanças radicais nos hábitos alimentares, assim como alteração nos alimentos, não são bem-vindas a este grupo; fatores físicos: quando atingida por uma diminuição da visão e incapacidade física, a pessoa idosa encontra-se na armadilha da imobilidade. A compra de alimentos é difícil.

Uma boa alimentação é sinônimo de mais saúde e qualidade de vida.
– Aumenta a imunidade e reduz infecções;
– Previne várias doenças, entre elas o câncer;
– Aumenta a energia e reduz o cansaço;
– Melhora o humor, combate a depressão e os efeitos do estresse;
– Retarda o envelhecimento e melhora a circulação.

A alimentação adequada para os idosos deve ser equilibrada, com proteínas, vitaminas, e sais minerais; baixo teor de gordura; ser rica em fibras; moderada em sal e açúcar; conter líquidos. Deve ser ingerida menor quantidade, mas em maior número de vezes ao dia. Deve ser de fácil digestão, ter aspecto agradável e respeitar os hábitos adquiridos ao longo de sua vida.

“Alimentar-se com prazer está associado ao aproveitamento da diversidade de alimentos, respeitando a acessibilidade e a cultura regional, a busca de novas receitas ou adaptação das disponíveis para adequar-se às peculiaridades de cada pessoa idosa, preservando as características sensoriais que motivam o consumo de uma refeição.”

Além da recomendações comuns para fase adulta no que se refere a uma alimentação mais saudável, o idoso deve ter atenção aumentada para as seguintes recomendações:

– Atenção Especial á Saúde dos Ossos. Invista nas fontes naturais de cálcio (gergelim, brócolis, folhas verde-escuras, linhaça) e de magnésio (grãos de bico, banana, gergelim, castanha do pará);

– Tome sol, todos os dias também (pelo menos 15 minutos por dia, até 10h da manhã ou após 16h), para produção de Vit. D e facilita o aproveitamento do cálcio dos alimentos;

– Evite os “Ladrões de Cálcio”, como as bebidas alcoólicas e café, chá preto e refrigerantes;

– Prefira refeições mais leves para facilitar a digestão. Evite o consumo de alimentos ricos em gordura como: frituras, carnes gordas, queijos amarelos, manteiga, margarina;

– Evite alimentos enlatados e produtos como salame, mortadela e presunto, que contêm muito sal. Evite adicionar sal à comida já preparada;

– Cuide do seu coração, consumindo as gorduras “boas” (linhaça, azeite de oliva extravirgem, castanhas e amêndoas);

– Atenção à ingestão de líquidos, não esquecer que a água é fundamental para hidratação corporal e o processo de absorção de nutrientes;

– Se preciso, devido a não utilização de próteses dentárias, adeque a sua alimentação;

– Caso você tenha dificuldade de mastigar, os alimentos sólidos, como carnes, frutas, verduras e legumes, podem ser picados, ralados, amassados, desfiados, moídos ou batidos no liquidificador. Não deixe de comer esses alimentos;

– Mastigue bem os alimentos e com calma;

– Pratique exercício físico regularmente.

Fontes: http://bvsms.saude.gov.br
http://www.scielo.br
http://www.ufjf.br

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