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30 anos do Real: Saiba o que é, os benefícios e como usar Real Digital

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- Foto: Divulgação

No ano em que completa 3 décadas de existência, o Real deve ganhar sua versão digital, criada pelo Banco Central, com a finalidade de permitir que vários tipos de transações financeiras seguras com ativos digitais e contratos inteligentes estejam à disposição. Batizada de Drex, a plataforma deve estar disponível até ofinal de 2024.

O Drex poderá ser utilizado, potencialmente, em diversos casos, como:

– Troca de titularidade de veículo pelo celular;
– Investimento e resgate de produtos financeiros 24h por dia, 7 dias por semana;
– Compra de pequenas participações de imóveis fracionados em tokens;
– Compra de até 1 centavo de título público;
– Uso de ação como garantia para tomar empréstimos;
– Empréstimos com “dinheiro digital carimbado”, estimulando a oferta de créditos setoriais;
– Empréstimos mais abertos e baratos com uso de finanças descentralizadas, que poderiam até incluir crédito entre pessoas;
– Interação com Internet das Coisas, por exemplo: TVs poderão ser programadas para pagar por um filme usando moeda digital.

Mas o que é o Drex exatamente? Como ele funcionará? Qual a diferença para o Pix? Qual a diferença para as outras criptomoedas? Como obter? E como ele beneficiará as transações financeiras dos brasileiros? O Portal A TARDE explica todos os detalhes:

O que é o Drex?

Ele será a versão eletrônica do papel-moeda, e a ideia é que o Drex seja usado no atacado para serviços financeiros, funcionando como um Pix – sistema de transferências instantâneas em funcionamento desde 2020 – para grandes quantias e com diferentes finalidades. O Drex utilizará a tecnologia blockchain, a mesma das criptomoedas. Cada R$ 1 equivalerá a 1 Drex.

Famoso por ser considerado à prova de hackers, o blockchain é uma espécie de banco de dados com informações inseridas e transmitidas com segurança, rapidez e transparência. A tecnologia funciona como uma espécie de corrente de blocos criptografados, onde nenhuma informação pode ser retirada ou mudada, porque todos os blocos estão conectados entre si por senhas criptografadas.

Como ele funcionará?

Segundo o Banco Central, o Drex vai permitir que vários tipos de transações financeiras, como transferências, pagamentos e até compra de títulos públicos, sejam feitas de forma segura, com ativos digitais e contratos inteligentes.

Para ter acesso à Plataforma Drex, a pessoa precisará de um intermediário financeiro autorizado, como um banco. Esse intermediário fará a transferência do dinheiro depositado em conta para a carteira digital do Drex da pessoa, para que ela possa realizar transações com ativos digitais.

Benefícios

Os serviços da Plataforma Drex serão efetuados por meio de contratos inteligentes, que podem ser adaptados para a conveniência dos clientes, permitindo que as transações financeiras sejam concluídas quando todas as condições forem cumpridas, trazendo segurança para todas as partes.

Por exemplo, na aquisição de um carro, o comprador pode ficar com receio de pagar e o vendedor não passar a propriedade do veículo. Com o Drex, não importa quem vai fazer o primeiro movimento, pois o contrato só será concluído quando ambos acontecerem. Assim, o dinheiro e a propriedade do carro serão transferidos de forma simultânea. Se uma das partes falhar, o valor pago e o carro voltam para seus respectivos donos.

Qual a diferença do Drex para o Pix?

O Drex é uma espécie de parente do Pix, por permitir pagamentos instantâneos entre instituições financeiras diferentes, no entanto funcionará de maneira distinta. No Pix, a transferência ocorre em reais e obedece a limites de segurança impostos pelo BC e instituições financeiras. No Drex, a transferência utilizará a tecnologia blockchain, a mesma das criptomoedas,o que permitirá transações com valores maiores.

Qual a diferença em relação às demais criptomoedas?

As criptomoedas obedecem à lei da demanda e da oferta, com o valor flutuando diariamente, como uma ação de uma empresa. A cotação das criptomoedas oscila bastante, podendo provocar perdas expressivas de valor de um dia para outro.

Já o Drex, como é a versão digital do Real, assim como sua contraparte física, oscila conforme a taxa diária de câmbio, que só ocasionará diferenças para operações entre países distintos. Para transações internas, o Drex valerá o mesmo que o papel-moeda.

Outra diferença está no sistema de produção. Enquanto moedas virtuais como Bitcoin, Ethereum e outras podem ser “mineradas” num computador, o Drex será produzido pelo Banco Central.

Como obter o Drex?

Como explicado anteriormente, o Drex só funcionará como uma moeda de atacado, trocada entre instituições financeiras. O cliente fará operações com a moeda digital, mas não terá acesso direto a ela. Ele irá operar por meio de carteiras virtuais.

O funcionamento será da seguinte forma:
1- O cliente (pessoa física ou empresa) deverá depositar em reais a quantia desejada numa carteira virtual, que converterá a moeda física em Drex, na taxa de R$ 1 para 1 Drex. Essas carteiras serão operadas por bancos, fintechs, cooperativas, corretoras e demais instituições financeiras, sob a supervisão do BC.
2- Após a conversão de ativo real em ativo digital (processo chamado de tokenização), o cliente poderá transferir a moeda digital, por meio da tecnologia blockchain. Caberá ao receptor converter os Drex em reais e fazer a retirada.

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