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Covid-19: Médicos defendem adiamento de volta às aulas na Bahia

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Covid-19: Médicos defendem adiamento de volta às aulas na Bahia
Foto: Prefeitura de Mata de São João

As aulas presenciais serão retomadas ao longo da semana do dia 31 na Bahia, porém o contexto epidemiológico preocupa. O estado teve, na última semana, a maior taxa de transmissão desde o início da pandemia, atingindo 4,36 no dia 19.

Esse número é o fator RT, que indica que cada 100 pessoas contaminadas com covid-19 podem infectar outras 436. O ideal é que esse índice fique sempre abaixo de um, que significa estado letárgico da pandemia. Apesar das vacinas serem capazes de evitarem quadros graves da doença, fazendo com que o infectado com o vírus tenha apenas sintomas leves, o quadro de contágio ainda é muito alto.

Além disso, a vacinação ainda encontra uma série de desafios tanto com adultos, quanto com crianças: mesmo quem recebeu alguma dose da vacina, ainda não teve tempo hábil para completar o esquema vacinal com as demais doses.

É quase que consenso entre pediatras e professores que os alunos já foram prejudicados o suficiente com praticamente dois anos sem aulas presenciais. Porém, com o aumento de casos, médicos e pesquisadores de Saúde Pública afirmam que o ideal seria pensar em alternativas para esse retorno.

O pediatra Eduardo Jorge, doutor em saúde materno-infantil, acredita que o momento pede um recuo. “As aulas poderiam começar de forma online e, acompanhando o crescimento da curva, se tornarem presenciais quando tiver declínio. Seria a coisa mais correta”, alerta.

“Quem está na UTI são pessoas não vacinadas. Agora estamos tendo muitas pessoas com duas ou três doses infectadas e fazendo quadros leves. Logicamente, há uma pressão no sistema de saúde, nos exames de testagem, nas emergências lotadas. É um cenário epidemiológico que a gente tem que reforçar que a principal medida de proteção, além da vacina, é o uso de máscara adequada”, completa Eduardo.

Para a epidemiologista Ethel Maciel, o ideal seria retomar as aulas presenciais apenas com o público totalmente vacinado, apresentando comprovante de imunização, e adiar as aulas presenciais para o público que ainda não tem vacina disponível.

“Acredito que um retorno em março seria mais seguro para as crianças que não estão vacinadas e suas famílias, principalmente pensando que a gente não tem um programa de testagem no Brasil. Essas crianças não são testadas semanalmente, como acontece em outros países. É muito difícil aqui no Brasil, porque a gente não tem nenhuma ação coordenada”, pondera.

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