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“É um cenário de guerra”, conta goleiro baiano voluntário em resgate de vítimas no RS

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Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

Com as enchentes que atingiram o estado do Rio Grande do Sul, mais de 300 municípios gaúchos estão em estado de calamidade e grupos de populares têm se reunido para ajudar a resgatar moradores e animais que estão ilhados nas cidades. O goleiro baiano Caíque Santos, revelado pelo Vitória e atuando hoje no Grêmio, é um deles. Em entrevista à Rádio Metropole nesta segunda-feira (6), o atleta que mora em Rio Grande do Sul contou que a região se tornou um “cenário de guerra”, com corpos presos nas casas, pessoas pulando de suas residências para serem salvas e voluntários sendo assaltos.

“As pessoas que estão de fora não imaginam como está aqui […] é uma situação de guerra, você vê cada cena, pessoas no prédio gritando, chorando, pessoas sem locomoção querendo sair. Para ter uma ideia, o nível da água está acima do teto de um posto de gasolina. A dimensão de prejuízo vai ser quando a água baixar e as pessoas voltarem para os seus lares e verem a destruição, fora as pessoas que perderam seus entes queridos, é muita gente morta”, contou o goleiro.

Caique participou de um grupo de resgate no último domingo (5). De acordo com ele, a situação está mais caótica nas proximidades do Rio Guaíba, que passa pelo centro de Porto Alegre. “A água dentro da cidade ainda vai demorar muito para descer”, pontuou.

O Guaíba atingiu o nível inédito de 5,19 metros. No final de semana, imagens da Arena do Grêmio repercutiram nas redes sociais mostrando o estádio completamente alagado. O Centro de Treinamento (CT) do clube fica ao lado de um trecho do rio. Segundo o atleta, entre sexta (3) e sábado (4), a água atingiu o teto do ônibus do time. O Grêmio receberia o Criciúma nesse domingo pelo Brasileirão, mas a partida foi suspensa pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

“A gente não tem como treinar e não tem cabeça pra treinar porque muitos funcionários nossos tiveram casas destruídas, perderam tudo. Nosso CT infelizmente perdemos tudo também. Tem família nossa que teve que ser resgatada. Os moleques da base estão recebendo alimento por helicóptero porque não têm como sair”, relatou Caíque. 

O atleta lamentou ainda que, durante os resgates, estão acontecendo, segundo ele, assaltos a lojas e até a embarcações que estão sendo usadas nos trabalhos de resgate. “Estamos tendo que andar com duas ou três pessoas no jet ski, no barco, porque eles estão assaltando”, contou.

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