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Mulher finge ser autista para ficar sem máscara dentro de shopping

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Mulher finge ser autista para ficar sem máscara dentro de shopping
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Na última quarta-feira (23), uma mulher publicou um vídeo em seu perfil nas redes sociais afirmando que fingiu ser uma pessoa com transtorno do espectro autista para ficar sem máscara de proteção dentro de shopping em Recife.

No vídeo, a biologa Natasha Borges conta que foi em uma reunião no Shopping RioMar, na Zona Sul do Recife, e ficou sem máscara durante todo o tempo em que permaneceu no local.

Ela relatou ainda que, quando um segurança do shopping pediu que ela colocasse a máscara, ela afirmou que não colocou pois seria autista.

Durante a pandemia, foram aprovadas leis que isentam pessoas do espectro autista de usar máscaras – isso porque existem deficiências sensoriais que impedem o uso adequado do equipamento de proteção.

“Pronto, está todo mundo doido, a gente se faz de doido. Pronto. Está tudo certo. Olhe, a solução de um doido é outro doido na porta. Pronto, pronto, resolvido, não usei minha máscara hoje para nada, nem para entrar no tal órgão que eu vim fazer o negócio”, afirmou Natasha no vídeo.

Em outro vídeo postado na mesma rede, a bióloga fala que a lei proíbe o uso de máscaras para pessoas com autismo: porém, a lei não proíbe, mas sim permite que o uso seja dispensado em caso de impossibilidade.

“Dá uma estudadinha nessa lei, diga que você é autista e pare de usar sua focinheira, porque é melhor você ser autista do que ser cachorro”, diz Natasha na gravação.

O advogado Robson Cabral de Menezes, integrante da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Pernambuco, afirmou que Natasha cometeu, ao menos, três crimes.

“Quando ela finge ser pessoa com autismo sem ser para obter benefício indevido, comete crime de estelionato […]. Várias vezes faz comentários pejorativos, ‘para doido, só outro doido, tem que se fingir de doido’ e isso também é atitude discriminatória, ferindo diretamente os direitos das pessoas com deficiência […]. Na legenda, ela incita os seguidores dela a fazerem o mesmo e postarem para ela isso aí, ou seja, ela entra em outro crime, que é o artigo de incitar publicamente a prática de crime”, afirmou o advogado.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que a bióloga será intimada a prestar depoimento na Delegacia de Boa Viagem.

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