Política

Na saída do Olodum, Jerônimo exibe presença da cúpula da Segurança Pública

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(Divulgação/GOVBA)

O governador Jerônimo (PT) se rendeu à batida percussiva e ao samba reggae do Olodum na tarde desta sexta-feira (17), segundo dia oficial do carnaval na capital baiana. Da janela do salão principal da sede da entidade, no Pelourinho, assistiu à performance dos músicos e deixou o corpo embalar pela musicalidade originalmente baiana.  O Olodum é uma das dezenas de entidades afro beneficiadas pelo edital Carnaval Ouro Negro, uma iniciativa do governo estadual, por meio da Secretaria de Cultura e da Secretaria de Promoção da Igualdade.

“Celebrar 200 anos da independência do Brasil tendo o Olodum vivo… a gente realmente se emociona muito toda vez que a gente vê os atabaques, os tambores rufarem com a força e energia”, exaltou Jerônimo.

A chegada do gestor ao local, no entanto, chamou atenção pelo intenso aparato policial, marcado pela presença de toda a cúpula da segurança pública – Marcelo Werner, chefe da SSP; coronel Coutinho, comandante geral da Polícia Militar, e Heloísa Brito, delegada-geral da Polícia Civil – além de uma quantidade expressiva de agentes, inclusive do Comando de Operações Especiais (COE).  O bloco do governador também foi inflado com a presença de secretários diversos e seus respectivos assessores, além da primeira-dama Tatiana Velloso.

Nascido no reinado momesco de 1979 como opção de lazer para os moradores da localidade Maciel, no Pelourinho, a existência do Olodum vai muito além da musicalidade. Se constitui, em sua base, como entidade de educação, proteção e luta por igualdade, sobretudo para a juventude negra, o mesmo grupo que figura como o principal alvo da letalidade policial na Bahia.

Um levantamento da Rede de Observatórios, de agosto de 2022, apontou a Bahia com a maior taxa de mortes em ações policias, à frente de estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará.

Apesar de ser uma das principais cobranças das entidades do movimento negro ao novo governo, a letalidade policial sobre os corpos negros demonstra ser ainda um tema sensível dentro da Secretaria de Segurança Pública.  

Questionado sobre a situação, o chefe da SSP-BA optou por uma resposta geral. “Nós estamos trabalhando em busca de diminuir a violência no estado. Trabalhando firme e forte no combate ao crime organizado, às facções criminosas que vem trazendo altos números de violência para o nosso estado”.

Em uma breve coletiva concedida à imprensa, o governador também foi questionado sobre a segurança pública. O gestor reforçou o planejamento para a segurança da festa e citou o resultado positivo do balanço durante o primeiro dia.

Cobrança do anfitrião 
Presidente do Olodum, João Jorge, que recentemente assumiu a presidência da Fundação Palmares, não se intimidou sobre o tema. “Nós somos contra isso, independente da polícia estar aqui. Nós queremos viver. Precisa parar de matar”, disse, ressaltando que o recado já foi passado ao novo gestor estadual.

“Em todos os estados a polícia mata. É um modelo colonial. Nós temos que resolver isso agora com um novo presidente, um ministro de direitos humanos. Toda vez que o Olodum falar vai falar contra o racismo, contra a violência”, enfatizou.

Um pé lá, outro cá
O sextou carnavalesco de Jerônimo não ficou limitado à folia da capital. No início da manhã, o petista esteve no município de Tucano, na região nordeste da Bahia, onde entregou mais um colégio de tempo integral e ônibus escolar para o transporte de estudantes da zona rural.

Fonte: Correio da Bahia

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