Emprego

Empregos verdes: apostas sustentáveis e equilibradas são metas no mercado de trabalho

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Os empregos verdes estão em diferentes áreas, como construção civil, tecnologia, transporte, alimentação (Shutterstock/reprodução)

Até o final deste ano de 2023 serão criados 18 milhões de empregos verdes em todo o planeta, segundo dados da Organização das Nações Unidas. Cerca de 15 milhões serão na América Latina e Caribe. O Brasil deverá criar quase a metade das vagas, cerca de 7,1 milhões de empregos, devido à transição energética.

A Bahia é um dos estados brasileiros com maior potencial para o desenvolvimento de tecnologias verdes e energias limpas e, consequentemente, a criação de oportunidade de trabalho na área. O estado tem potencial para produzir mais de 60 milhões toneladas de hidrogênio verde (H2V) por ano. Mas você sabe o que são os chamados empregos verdes? Sabe o que é necessário para atuar nessa área?

A coordenadora Acadêmica do Centro Universitário Senai Cimatec Fernanda Barbosa explica que os empregos verdes são as funções destinadas a contribuir, de forma significativa, com a redução de impactos ambientais, promovendo o uso sustentável dos recursos naturais, reduzem a poluição e mitigam as mudanças climáticas.

“Esses empregos envolvem atividades como produção de energia renovável, eficiência energética, gestão de resíduos, agricultura sustentável, entre outras. O objetivo dos empregos verdes é alcançar um desenvolvimento econômico mais equilibrado e resiliente, ao mesmo tempo em que se protege o meio ambiente”, esclarece.

Área abrangente

Fernanda Barbosa faz questão de destacar que os empregos verdes não estão limitados a um setor ou indústria específica, podendo ser encontrados em diferentes áreas, como construção civil, tecnologia, transporte, alimentação, entre outras, sendo uma oportunidade de mercado para empresas de diversos segmentos que desejam adotar práticas mais sustentáveis.

O gerente executivo do mercado de química do Senai Cimatec José Luis de Almeida reforça que os empregos verdes não são gerados apenas por grandes conglomerados e que a cadeia envolvida neste processo é complexa, possuindo diversos atores, desde a geração da energia, para alimentar a produção, a logística, distribuição, suprimentos, armazenamento e transporte, além de capacitação de profissionais. “Isto gera demandas desde a aplicação de alta tecnologia a serviços triviais beneficiando, assim, toda a cadeia de empresas, independe do seu porte”.

José Luis de Almeida diz que os empregos verdes  são gerados por uma cadeia complexa, que envolve diversos segmentos e organizações de todos os tamanhos (Foto: Divulgação)

A representante do Centro Universitário Senai Cimatec destaca que essas funções são exercidas principalmente por engenheiros de diferentes formações, profissionais das áreas de tecnologia, logística, segurança e gestão. “Como trata-se de uma área em surgimento e expansão, requisitos como pós-graduação e especialização em áreas afins são grandes diferenciais para atuar neste nicho”, pontua.

Como o Brasil pretende reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, o hidrogênio verde passou a ter uma demanda crescente, especialmente quando se deseja a transição para uma matriz energética limpa. A Bahia tem um crescente setor de energia renovável e está bem posicionado para se beneficiar do crescimento do mercado de hidrogênio verde.

De acordo com projeções da Agência Internacional para as Energias Renováveis, antes de 2025 o H2V poderá representar 18% de toda energia consumida no planeta e se tornará competitivo em relação ao combustível de origem fóssil.

 “A região possui abundantes recursos de energia renovável, incluindo potenciais de geração de energias eólica, solar e disponibilidade hídrica, que podem ser usados para produzir hidrogênio verde”, explica Fernanda, destacando ainda que o governo da Bahia está investindo em energia renovável e implementando políticas para apoiar o desenvolvimento do setor de Hidrogênio Verde.

Unigel
Como se não bastasse, o estado receberá a implantação da primeira fábrica do Brasil para a de H2V em escala industrial, no Polo de Camaçari: a Unigel, que deverá empregar até 500 trabalhadores durante a construção e gerar até 140 empregos diretos e indiretos na operação da unidade, com diferenciais que colocam a Bahia e o Brasil em posição de liderança rumo a uma economia descarbonizada.

Para José Luis de Almeida, a instalação da fábrica de hidrogênio verde na Bahia pode gerar diversas oportunidades de emprego na região, especialmente na área de tecnologia e engenharia, além de empregos diretos e indiretos na cadeia produtiva do hidrogênio verde, como transporte, logística e serviços. “Certamente, impulsionará o desenvolvimento socioeconômico da região, além de contribuir para a transição para uma economia mais sustentável e verde”, afirma.

“Isso cria oportunidades para profissionais com experiência na área, contribuem para o crescimento do setor na região e ajudam a impulsionar a transição para um futuro energético mais sustentável. É uma excelente oportunidade para entrar nesse novo mercado”, garante Fernanda.

Ela salienta que a produção do hidrogênio verde é vista como uma oportunidade para quem está em busca de crescimento ou transição profissional, uma vez que toda a cadeia produtiva vai demandar mão de obra especializada e gerar novos postos de trabalho. “Empresas de diversos tamanhos, desde grandes corporações até pequenas startups, já estão buscando talentos e profissionais dispostos a trabalhar com energias renováveis”, garante.

Formação

Almeida afirma que quem deseja ingressar nessa área precisa buscar a qualificação e cita o MBI em Hidrogênio Verde,  que é um “Master of Business Innovation” em Hidrogênio Verde e tem como objetivo formar profissionais das áreas de engenharia, tecnologia e gestores que trabalham ou desejam  se qualificar nesse setor,  para atuar na economia do hidrogênio, além de promover a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias relacionadas a esse produto, estimulando a sua adoção em diferentes setores da indústria, contribuindo para a transição energética e uma economia de baixo carbono e sustentável.

O investimento em hidrogênio verde na Bahia gerará diversas oportunidades de emprego na área de tecnologia e engenharia, além de empregos diretos e indiretos (Foto: Divulgação)

Fernanda Barbosa destaca que além de possuir parcerias em desenvolvimento de tecnologias, capacitações e treinamentos com o instituto GIZ ( Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit -Agência Alemã de Cooperação Internacional),  o SENAI CIMATEC é o responsável pelo desenvolvimento do mapa de Hidrogênio Verde, em parceria com o Governo do Estado da Bahia. “Essas ações reforçam o papel relevante do SENAI CIMATEC na formação de profissionais para atuar nesse marcado de âmbito regional e nacional”, pontua.

Vale salientar que as inscrições serão abertas no dia 20 de abril e as aulas começam em junho. Para saber mais: poscimatec.com.br

DADOS LOCAIS
•    Publicação do Decreto nº 21.200 de 02/03/2022 instituindo o Plano Estadual para a Economia do Hidrogênio Verde (PLEH₂V);

•  Constituição da Comissão Especial para acompanhamento das ações necessárias à implementação do PLEH₂V e do programa, presidida pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e composta pelas secretarias estaduais de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação; Infraestrutura e pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídrico;

•    Lançamento da Pedra Fundamental da planta da Unigel de Hidrogênio e Amônia Verde na Polo de Camaçari (a maior do mundo), com a presença do Governador, Ministro do Meio Ambiente e diversas autoridades;

•   Elaboração de um estudo, mediante contratação do SENAI/CIMATEC, para criação de modelos matemáticos e georreferenciados de suporte à decisão, para subsidiar o planejamento e a elaboração de políticas públicas relacionadas à economia de H₂V na Bahia;

•    Assinatura de Memorando de Entendimentos com Instituições de Ciência e Tecnologia para apoio no desenvolvimento de inovações tecnológicas, aprimoramento de processos industriais, qualificação profissional e formação de novos pesquisadores no âmbito das universidades e das empresas;

•   Memorando de Entendimento foi assinado com a Enel Green Power Brasil, braço de geração renovável do Grupo Enel no país, para a realização de estudos de viabilidade técnica, comercial, jurídica e financeira para o futuro desenvolvimento de projetos de produção de hidrogênio verde pela empresa, que já investe em energias renováveis no estado;

•    A Bahia é o único estado que concede diferimento nas aquisições de energia elétrica, conforme Decreto nº 20.970 de 09 de dezembro de 2021, que altera o Decreto nº 13.780 de 16 de março de 2012. A Bahia oferece infraestrutura favorável em termos de logística de transporte, de dutovias e transmissão de energia elétrica. Disponibilidade de energia elétrica de fontes eólica, solar, biomassa ou biogás e de água para a produção do hidrogênio verde.

Fonte: SDE/GOV-BA e Correio da Bahia

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